quinta-feira, 11 de julho de 2013

Universidade Veiga de Almeida: Projeto une sustentabilidade e iniciação científica

Alguns litros de óleo comestível saturado, que foram poupados de ser despejados no ralo de muitas residências, reuniram, durante o semestre, um grupo de alunos do primeiro período dos cursos de Engenharia, com a curiosidade característica dos jovens que dão os primeiros passos no mundo acadêmico, e a experiente professora Carmen Silveira, que acumula no seu curículo mais de 30 anos de magistério. O objetivo do grupo, no Laboratório Multidisciplinar, era fazer sabão e detergente reaproveitando o óleo de cozinha usado. A fórmula está na fase de ajustes finais do nível de acidez e, em breve, será disponibilizada para a comunidade local.
As ações do “Projeto Sabão”, como é carinhosamente chamado no campus de Cabo Frio da Universidade Veiga de Almeida (UVA), começaram a ser desenvolvidas em 2010, pela professora Carmen Silveira, com o apoio da professora Eulalia Farias. Desde o início, os alunos de Engenharia Ambiental, Andreia Heringer, Eduarda Lischt e Pedro Aguiar, se envolveram no grupo de pesquisa e, hoje, são monitores dos novos colegas que entram no projeto.
A professora Carmen explica que o projeto vai muito além de ensinar futuros engenheiros a fazer sabão. “O que temos aqui é uma pesquisa básica, logo, aprendemos que com poucas coisas podemos fazer muito. É necessário desmistificar que fazer pesquisa é algo difícil e caro. É necessário, antes de tudo, determinação e força de vontade”, ressalta a professora.
 Com a autoridade de quem possui dois títulos de PhD, Carmen diz que os projetos de iniciação científica são fundamentais para uma formação profissional mais abrangente. “O trabalho de pesquisa dá resultados que a sala de aula não consegue atingir, como o senso de responsabilidade, a organização e a autonomia para aprofundar os conhecimentos. “Além do que, todos serão excelentes donos de casa”, brinca a professora, explicando que deixar o laboratório limpo e arrumado depois de cada etapa é uma das obrigações.
A professora lembra que todas as disciplinas vem antes do diploma. Bruno Santana já aprendeu a lição. Disse que não era fã de Química durante o Ensino Médio e que o desafio da prática o motivou a aprender mais, por isso entrou na pesquisa. Rafael Gonçalves também considera a prática fundamental. “Aqui (no laboratório), a gente vê a aula acontecer, as coisas funcionando, o que gera maior interesse”, destaca. Andreia conta que está no projeto há mais de um ano e as experiências tem sido muitas. “A gente acaba ajudando os colegas. Ganhamos o respeito e a admiração dos demais”, diz.
 Reaproveitamento
A princípio, o óleo usado na experiência foi trazido pelos próprios alunos, além de ser fornecido pelas duas lanchonetes que ficam na Universidade. A professora Carmen ressalta que, a partir do próximo semestre, será necessário aumentar a quantidade de matéria-prima e a ideia é instalar um ponto de coleta na UVA para que os demais estudantes e funcionários possam colaborar. “Como estamos em região litôranea, o principal objetivo é evitar que este óleo chegue ao mar, poluindo a água e alterando a vida marinha, além de entupir os esgotos da nossa cidade”, explica.

Como o processo é simples, pode ser feito por adolescentes, desde que sob a supervisão de adultos e com os cuidados necessários, uma vez que utiliza soda cáustica. Não é necessário usar fogo e o maior esforço é mexer a mistura por cerca de 40 minutos, aumentando sua consistência – que passará de líquida a pastosa.

Na comunidade
A ideia da UVA é levar o Projeto Sabão para os colégios de En


sino Médio de toda a Região dos Lagos, como mais uma atividade oferecida pelo projeto Vivenciando, que promove a integração entre a Universidade e as escolas. “Nosso objetivo é despertar a consciência ambiental, ensinando os alunos a fazer o reaproveitamento dos materiais, afinal, a sustentabilidade é uma das questões fundamentais para a nossa sobrevivência”, diz a responsável pelo Vivenciando, professora Eulalia. Assim, além da educação ambiental e do reaproveitamento de materiais, as escolas poderão fazer economia, ao produzir os próprios produtos de limpeza. Se o projeto for difundido na comunidade do entorno da escola, pode proporcionar economia doméstica e, ainda, gerar renda para as famílias que se dedicarem à confecção do produto.

As escolas de Ensino Médio que desejarem conhecer melhor o Projeto Vivenciando ou obter informações sobre o Projeto Sabão podem enviar e-mail para vivenciandocf@uva.br.

Nenhum comentário:

Postar um comentário