quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Carta aberta de uma mãe indignada



por Camila Raupp 

Decidi me matar mais ainda de trabalhar e pagar uma escola particular pro meu filho.
Graças a Deus eu posso, penso em quem não pode. Penso em quem depende da escola pública. É triste. Meu filho é um menino inteligentíssimo, e quero que ele tenha as oportunidades que eu não  tive.

Na escola pública, no primeiro dia em um trenzinho ele mostrou sua personalidade participativa e criativa, a professora, despreparada ou cheia de tantos problemas para resolver nem sequer olhou em seu rostinho. A animação dele era visível, mesmo com a precariedade do local e dos materiais. Uma escola suja, fria e sem cor. Já demonstrando o tamanho da sensibilidade e disposição às situações difíceis do dia a dia que farão e fazem parte de sua vida desde o seu nascimento.

Não vou criticar a escola, ou os funcionários, pois esse não é o objetivo do meu texto. E sim trazer à discussão que tipo de escola vem sido oferecida aos nossos filhos. Isso não fica apenas no âmbito de Búzios, é um problema nacional.

Depois desse dia voltei para casa chorando e desanimada de deixar meu filho naquela escola. Pensei, como podem profissionais que trabalham com crianças dessa idade sem nenhuma motivação. Eu não sou professora, mas essa é a profissão mais importante do mundo. Todos passam por ela, todos! Desde a presidenta até o astronauta brasileiro.  As lembranças de nossos professores são muito importantes e eu mesma lembro da minha primeira professora em Búzios, tia Viviane, no CEFAP. Quer o mesmo para o meu filho.

Não tenho pena de me privar de divertimentos ou desfazer alguns planos para acomodar o meu orçamento às necessidades do meu filho. Todo pai e mãe quer dar aos filhos o melhor. Por querer o melhor não apenas para o meu filho é que eu não poderia deixar de escrever minha impressão da educação pública.

A educação púbica está negligenciada como um todo. Um governo que lança um programa que tem como base 8 anos para a alfabetização, é um governo que quer manter as mentes limitadas e pouco questionadoras. Meu filho tem 4 anos e conhece todo o alfabeto, escreve o próprio nome, conhece os número de 1 a 20 e faz pequenas somas.


Outro dia, fiz um texto em uma rede social. “Quero ver quem será o vereador que criará a lei e que prefeito a sancionará. Uma lei que mantenha os filhos dos nossos governantes nas escolas públicas. Se isso ocorresse teríamos a melhor educação do Brasil.” NINGUÉM me respondeu. Se fosse um parabéns ou um tapinha nas costas teria curtidas, compartilhamentos e respostas.

Fica aqui o relato. Relato de uma mãe, apaixonada pelo filho e que não mede esforços para vê-lo ter as melhores oportunidades da vida. Peço a Deus que meus esforços o tornem um grande homem que possa dar continuidade às ideias de liberdade e direito para todos que tanto defendo.
















Camila Raupp é blogueira
Editora do Blogão dos Lagos


Um comentário:

  1. Anônimo15:14:00

    infelizmente essa é a realidade do nosso país,fiquei emocionado com sua atitude de mãe,ou melhor,super mãe,parabéns !!!!!

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