sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Cabo frio: Cidade busca apoio para tornar a Lei Maria da Penha mais efetiva

A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340) completou sete anos hoje nesta semana. Em Cabo Frio, a data foi lembrada em evento da Secretaria Municipal da Mulher na Praça Porto Rocha. Na ocasião foi lançada a campanha “Laço Branco”, com a proposta de engajar o homem na luta pelo fim da violência contra a mulher. Além de distribuição de panfletos, foram oferecidas palestras informativas para homens e mulheres sobre a Lei Maria da Penha. A Secretaria da Mulher tratou também da violência doméstica e familiar, um problema social e cultural que afeta grande parte da população, e atinge pessoas que moram juntas ou possuem relações de afeto. "Considero de extrema importância o engajamento dos homens nessa luta de tamanha sensibilidade e valorização da mulher", disse o Deputado Federal da Região dos Lagos, Dr. Paulo César.

Segundo a secretária da Mulher de Cabo Frio, Priscila Porto, a Cidade conta com o Centro de Referência e Atendimento à Mulher, o CRAM. O espaço oferece acolhimento especializado de assistentes sociais, psicólogas e advogadas. O objetivo é atender, apoiar e orientar as mulheres vítimas de violência. O CRAM funciona como um pólo regional, ligado diretamente a Secretaria Municipal da Mulher de Cabo Frio. Inaugurado em 2008, atualmente, conta com um cadastro de 1.000 mulheres.

– Graças a Lei Maria da Penha, hoje, as mulheres denunciam mais, poucas são as que sofrem caladas – afirmou a secretária.

A Secretaria também se preocupa em valorizar a mulher, nesse sentido, um dos projetos é o “Espaço Beleza”. A idéia é promover a aproximação entre os funcionários do órgão e as comunidades. A proposta do Espaço Beleza é oferecer a essas mulheres, corte de cabelo, hidratação, maquiagem e dança. “Assim, vamos cuidando das mulheres, falando do nosso projeto e, automaticamente, nos aproximamos delas. Na semana seguinte, muitas delas nos procuram para falar que sofrem violência doméstica”, explica a secretária.
Para o Deputado Dr. Paulo César, a ideia é muito interessante e merecer ser replicada.

– Acho que quanto mais liberdade e confiança as mulheres sentirem no CRAM, melhores resultados serão obtidos, vou citar Cabo Frio como exemplo nas viagens que realizo pelo Brasil em missão oficial da Subcomissão de violência contra a mulher – afirmou.

De acordo com a secretária, as mulheres do Centro da cidade também sofrem violência doméstica, mas denunciam menos.

– As mulheres carentes têm medo das ameaças do marido, dependem deles financeiramente e não tem para onde ir com os filhos, mas buscam ajuda – disse Priscila. De acordo com ela as mulheres que moram no Centro, têm mais informação, uma boa condição financeira, mas tem medo do preconceito e da discriminação.

Assim como acontece em todo País, também em Cabo Frio, muitas das violentadas que procuram o Centro, depois voltam para o marido. Para Priscila Porto, o ideal seria ter também a Secretaria do Homem, para ajudá-los com orientações e tratamentos psicológicos.

– Nossa intenção não é separar a mulher do marido, e sim fazer com que ele pare de agredir a mulher, muitos viram seus avôs e pais batendo em suas esposas e, em um momento de nervoso, repetem o ato de violência com as suas mulheres – explica.

– Com isso o ciclo da violência se rompe, está comprovado que homens e mulheres que cresceram em lares desestruturados, ao constituírem suas famílias repetem o comportamento – afirmou Dr. Paulo César, que como representante do Rio de Janeiro trabalha em Brasília pelo aperfeiçoamento da Lei.
Outro importante passo dado recentemente foi a criação da Delegacia da Mulher, recém-chegada ao município de Cabo Frio.


– Uma delegacia especializada irá facilitar muito o atendimento a essas mulheres, acredito que juntos vamos fazer um belíssimo trabalho, agora, estamos na luta para ter uma equipe especializada no Hospital da Mulher para atender as vítimas de violência, com uma equipe capacitada, treinada e direcionada só para isso – finaliza Priscila.

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