A Lei Maria da Penha (Lei nº
11.340) completou sete anos hoje nesta semana. Em Cabo Frio, a data foi lembrada
em evento da Secretaria Municipal da Mulher na Praça Porto Rocha. Na ocasião foi
lançada a campanha “Laço Branco”, com a proposta de engajar o homem na luta pelo
fim da violência contra a mulher. Além de distribuição de panfletos, foram
oferecidas palestras informativas para homens e mulheres sobre a Lei Maria da
Penha. A Secretaria da Mulher tratou também da violência doméstica e familiar,
um problema social e cultural que afeta grande parte da população, e atinge
pessoas que moram juntas ou possuem relações de afeto. "Considero de extrema
importância o engajamento dos homens nessa luta de tamanha sensibilidade e
valorização da mulher", disse o Deputado Federal da Região dos Lagos, Dr. Paulo
César.
Segundo a secretária da Mulher de
Cabo Frio, Priscila Porto, a Cidade conta com o Centro de Referência e
Atendimento à Mulher, o CRAM. O espaço oferece acolhimento especializado de
assistentes sociais, psicólogas e advogadas. O objetivo é atender, apoiar e
orientar as mulheres vítimas de violência. O CRAM funciona como um pólo
regional, ligado diretamente a Secretaria Municipal da Mulher de Cabo Frio.
Inaugurado em 2008, atualmente, conta com um cadastro de 1.000 mulheres.
– Graças a Lei Maria da Penha,
hoje, as mulheres denunciam mais, poucas são as que sofrem caladas – afirmou a
secretária.
A Secretaria também se preocupa em
valorizar a mulher, nesse sentido, um dos projetos é o “Espaço Beleza”. A idéia
é promover a aproximação entre os funcionários do órgão e as comunidades. A
proposta do Espaço Beleza é oferecer a essas mulheres, corte de cabelo,
hidratação, maquiagem e dança. “Assim, vamos cuidando das mulheres, falando do
nosso projeto e, automaticamente, nos aproximamos delas. Na semana seguinte,
muitas delas nos procuram para falar que sofrem violência doméstica”, explica a
secretária.
Para o Deputado Dr. Paulo César, a
ideia é muito interessante e merecer ser replicada.
– Acho que quanto mais liberdade e
confiança as mulheres sentirem no CRAM, melhores resultados serão obtidos, vou
citar Cabo Frio como exemplo nas viagens que realizo pelo Brasil em missão
oficial da Subcomissão de violência contra a mulher – afirmou.
De acordo com a secretária, as
mulheres do Centro da cidade também sofrem violência doméstica, mas denunciam
menos.
– As mulheres carentes têm medo das
ameaças do marido, dependem deles financeiramente e não tem para onde ir com os
filhos, mas buscam ajuda – disse Priscila. De acordo com ela as mulheres que
moram no Centro, têm mais informação, uma boa condição financeira, mas tem medo
do preconceito e da discriminação.
Assim como acontece em todo País,
também em Cabo Frio, muitas das violentadas que procuram o Centro, depois voltam
para o marido. Para Priscila Porto, o ideal seria ter também a Secretaria do
Homem, para ajudá-los com orientações e tratamentos psicológicos.
– Nossa intenção não é separar a
mulher do marido, e sim fazer com que ele pare de agredir a mulher, muitos viram
seus avôs e pais batendo em suas esposas e, em um momento de nervoso, repetem o
ato de violência com as suas mulheres – explica.
– Com isso o ciclo da violência se
rompe, está comprovado que homens e mulheres que cresceram em lares
desestruturados, ao constituírem suas famílias repetem o comportamento – afirmou
Dr. Paulo César, que como representante do Rio de Janeiro trabalha em Brasília
pelo aperfeiçoamento da Lei.
Outro importante passo dado
recentemente foi a criação da Delegacia da Mulher, recém-chegada ao município de
Cabo Frio.
– Uma delegacia especializada irá
facilitar muito o atendimento a essas mulheres, acredito que juntos vamos fazer
um belíssimo trabalho, agora, estamos na luta para ter uma equipe especializada
no Hospital da Mulher para atender as vítimas de violência, com uma equipe
capacitada, treinada e direcionada só para isso – finaliza Priscila.
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