Mais uma noite de Poesias, Poetas, Povo. O encontro "A
Língua do P", promovido pela Fundação Macaé de Cultura (FMC), reuniu nesta
terça-feira (10), apreciadores literários no Foyer do Teatro Municipal de Macaé
(TMM) para interpretarem suas próprias poesias e de
autores consagrados.
O objetivo do
encontro, que permanece no cenário cultural , todas as terças-feiras, sempre às
19h, é promover a harmonização entre poetas, apreciadores e simpatizantes. O
professor e poeta Gerson Dudus, responsável pela proposta e membro do setor de
produção da FMC, acentua que "A Língua do P" além de reunir os poetas
que vivem em Macaé visa resgatar leitores poéticos.
O evento foi aberto com a animação artística do violonista e cantor
Langenberg, interpretando MPB e música internacional como "Dona",
"Corsário", "Aquarela" e "Porto Solidão", entre
outras. Antes da leitura poética, o professor Dudus convidou todos a
participarem do primeiro "Sarau Soturno" que será realizado nesta
sexta-feira (13), no Solar dos Mello - Museu da Cidade, só com poetas malditos
e poemas estranhos. "Vamos escolher poemas de Poe, Baudelaire,
Lautreamont, Rimbaud, Trackl, Celan, Ginsberg, Kerouac, Piva, Mattoso, Willer e
Hilst, entre outros.
Ele explicou que o termo poetas malditos ganhou maior notoriedade no século XIX,
quando o amigo de Arthur Rimbaud, Paul Verlaine, publicou a obra "Les Poètes Maudits" (Os Poetas
Malditos). "O maldito também pode ser aplicado em autores que passaram
pelo mesmo processo como William Blake e Baudelaire. Outro escritor que ganhou
a alcunha foi Henry Miller, que teve suas obras proibidas nos Estados Unidos
dos anos 30. Todos estes autores são associados pelos críticos literários como
transgressores, escritores que romperam a se rebelaram contra as tradições e
costumes da época em que iniciaram seus trabalhos. O maldito é o contrário do
que se chama de olímpico na crítica literária".
Os participantes do encontro leram dezenas de poesias dos mais variados
poetas malditos. A presidente da Fundação Macaé de Cultura (FMC), Tânia Jardim,
envolvida com o cenário também leu oito estrofes do furacão da poesia, Arthur Rimbaud.
"É impossível não se envolver com a poesia. Rimbaud, influenciou a
literatura, a música e a arte modernas e era conhecido por sua fama de
libertino e por uma alma inquieta", pontuou.
Para o
poeta macaense Paulo Emílio Azevedo (40 anos), conhecido como o "Poeta
paz", esta é uma ação cultural que não deve parar por sua importância em
resgatar leitores poéticos. "Creio que a FMC deve dar continuidade porque
abre um espaço de fruição poética de consumir, digerir e experimentar a poesia
nas suas diversas formas e o Gerson Dudus tem muita propriedade para tocar o
projeto literário", afirmou. Já a professora Terezinha Santana (65 anos)
baiana de nascimento, disse que o encontro é positivo porque resgata os
prazeres da leitura-poética. "Além disso, envolve e incentiva as pessoas a
conhecerem os novos poetas e suas poesias".
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Por
Lourdes Acosta // Jornalista profissional
Divulgação
FMC
Macaé, 11/05/2016.