Além de Macaé hidrelétrica afetará o ecossistema de Casimiro de Abreu e Nova Friburgo
A notícia da
possível construção de três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no leito do
Rio Macaé, em trechos das cidades de Nova Friburgo, Casimiro de Abreu e Macaé,
gerou manifestos contrários empreendimentos na região. Após posicionamentos de
cidades vizinhas, parlamentares macaenses se movimentam contra a ação. Nesta
quarta-feira, 26, a Câmara de Macaé aprovou, por unanimidade dos presentes, o
requerimento de autoria dos vereadores Marcel Silvano e Igor
Sardinha, que solicita uma audiência pública para debater o assunto.
O vereador Marcel disse
que já se entrou em contato com o Comitê de Bacia Hidrográfica dos rios Macaé e
das Ostras e com lideranças mobilizadas, como o deputado estadual do PSOL
Wanderson Nogueira, de Friburgo. O objetivo dos parlamentares é trazer os
atores envolvidos no projeto, autoridades locais, ante do dia 17, para levar um
posicionamento para a audiência pública sobre essa pauta, que acontecerá na
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
A informação que se
tem é que a PCH Rio Bonito, PCH Rio Macaé e PCH Casimiro de Abreu seriam
construídas ao longo de cerca de 15 km do Rio Macaé, que margeia a RJ-142.
Entretanto, após manifestações, inclusive abaixo assinado feito pelo Movimento
em defesa do Rio Macaé, que recolheu mais de 4.600 assinaturas e audiência
pública realizada na Câmara Municipal de Friburgo, a Alupar Investimentos S.A.,
empresa que seria responsável pela construção das hidrelétricas, desistiu de
dar continuidade ao projeto e já comunicou sua decisão à Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel). No entanto, ainda há a possibilidade da construção de
uma das três hidrelétricas, no trecho de Macaé, pela empresa IPAR que continua
no projeto.
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Marcel é o vereadores mais preocupados em ouvir os envolvidos |
“Toda a região
envolvida tem se movimentado, inclusive no Sana, se posicionando contra o
projeto. As duas empresas que sinalizaram desistência, iriam construir num
trecho que não é tão simbólico e agressivo como o trecho do encontro dos rios
bonito e Macaé, e que atinge diretamente todo o curso rio. É preciso discutir
esse assunto como protagonismo e responsabilidade, como o efeito catastrófico
no desenvolvimento de numa região que se mantém pelo turismo”, disse Marcel.
As PHCs fazem parte
de um consórcio capaz de gerar cerca de 60 megawatts de energia por hora
(MW/h). Segundo divulgado em mídias da região serrana, a “PCH Rio Bonito
funcionaria em um ponto um pouco acima do encontro dos rios Bonito e Macaé, no
distrito de Lumiar. A PCH Casimiro de Abreu seria instalada abaixo da Cachoeira
da Fumaça, enquanto a PCH Macaé produziria energia mais abaixo do encontro dos
rios Macaé e Sana”. São áreas de uma região turística e, inclusive, projeto
causaria impacto destrutivo ao meio ambiente, uma vez que as águas do Rio Macaé
brotam em uma nascente próxima ao Pico do Tinguá, na Área de Proteção Ambiental
(APA) de Macaé de Cima, um dos maiores trechos de Mata Atlântica preservada do
estado do Rio.