No site do G1:
No Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti, divulgado pelo Governo Federal, a cidade de Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio, aparece em terceiro lugar no ranking das cidades do estado com maior índice de infestação do mosquito.
O município resolveu reforçar o combate á dengue em bairros com alto risco da doença, como o bairro Cem Braças e Manguinhos. Catorze agentes percorrem o município todos os dias e orientam os moradores, além de aplicar larvicida quando necessário. A cada duas semanas, eles retornam aos lugares críticos.
Apesar do resultado, o número de casos de dengue an cidade caiu de 484 em 2011, quando houve uma epidemia, para 104 em 2012. Até o momento, a doença é considerada sob controle. De acordo com o Ministério da Saúde, assim como Búzios, mais cidades estão em estado de alerta porque também registraram índice entre 1 e 3,9.
Confira os índices na região dos lagos: Rio das Ostras: 1,6; Cabo Frio: 1,4; Macaé: 1,2; e Rio Bonito: 1,2.
Outros municípios apresentaram índice satisfatório, abaixo de 1, como Arraial do Cabo: 0,9; Araruama: 0,7; Conceição de Macabú: 0,7; Saquarema: 0,6; Casemiro de Abreu: 0,5; São Pedro da Aldeia: 0,4; Maricá: 0,3; Silva Jardim: 0,3; Iguaba Grande: 0,1; Carapebus, 0.
A Coordenadora de Vigilância em Saúde de Armação dos Búzios, Adriana Moutinho, informou que o mapa de alto risco concentra apenas alguns bairros e por isso o levantamento não corresponde à realidade do município. Ela explicou, ainda, que para aumentar o trabalho de combate ao mosquito da dengue é preciso que os novos agentes aprovados em concurso sejam convocados.
Segundo a Prefeitura de Búzios através do Comunica Búzios:
O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), divulgado esta semana pelo Ministério da Saúde, que aponta Búzios como o terceiro município do estado com alto índice de infestação do mosquito da dengue, não corresponde à realidade vivida pela península. Pelo relatório, Búzios como um todo teria uma alta infestação do Aedes aegypti, o que não é verdade.
A afirmação é da coordenadora de Vigilância em Saúde do município, Dra. Adriana Moutinho de Amorim, para quem “o cálculo da média municipal pode ser matematicamente correto, mas torna o indicador de baixa significância e leva a uma interpretação equivocada da realidade”.
- Temos áreas com alta infestação, mas também temos muitas com baixa infestação. Outra coisa a se considerar é que o risco de transmissão de qualquer doença não pode ser expresso por apenas um indicador, mas pela interação de pelo menos alguns deles. O LIRAa é um indicador que só mede a infestação pelo mosquito transmissor. Em Búzios, como em outros municípios, avaliamos o risco pela composição de diversos indicadores e não por um deles isoladamente.
Segundo explicou, é preciso considerar minimamente três fatores: a presença do mosquito transmissor, a presença de vírus circulante e a presença de pessoas a serem infectadas. Se um destes fatores não existir, a transmissão não pode acontecer, mesmo que um deles tenha um indicador muito alto.
A coordenadora informou que o município tem seguido as orientações do Ministério da Saúde para o combate ao Aedes aegypti, desenvolvendo ações como visitas domiciliares para eliminação de depósitos, tratamento dos não passíveis de eliminação e orientações educativas.
Durante as visitas são coletadas as amostras de mosquitos encontradas para identificação e monitoramento, além das coletas programadas dentro da metodologia do LIRAa. Este ano foi feito recadastramento dos pontos estratégicos no município, tendo sido estes devidamente inspecionados e tratados quinzenalmente por uma equipe treinada para este fim. O trabalho conta com 14 agentes no campo, sendo priorizadas as áreas de maior risco de transmissão para o trabalho de visita domiciliar.
De 35 áreas cadastradas, seis são consideradas de altíssimo risco. São elas: Cem Braças, Capão, Vila Caranga, Geribá, Manguinhos e Rasa. As áreas de baixo risco são: Marina, Alto da Marina e Enseada do Gancho.
- Melhoramos nosso fluxo de notificações da doença para comunicação mais precoce da sua ocorrência e realização de ação de bloqueio de foco. Temos feito também trabalhos nas escolas públicas, colocando o tema sempre em discussão. Comentou ela, destacando que o maior obstáculo para o combate ao mosquito transmissor continua sendo o grande número de residências fechadas na cidade, o que representa uma pendência em torno de 30% das casas visitadas. A questão da interrupção no abastecimento de água tem sido um fator de manutenção de depósitos alternativos em alguns bairros, que viram potenciais criadouros para o mosquito da dengue. Mas o mais preocupante – destacou - é que grande parte da população ainda acha que a responsabilidade na eliminação dos focos é apenas do poder público.
- Há anos orientamos os moradores sobre as ações a serem tomadas para se protegerem. Mas vemos pouco resultado no sentido de uma mudança de atitude das pessoas nos cuidados com as suas casas – lamentou.