por Guilherme Barcellos
Durante anos fizemos ‘vista grossa’ para alguns acontecimentos que pensávamos estar longe daqui.
A mídia sempre trouxe o pior do ‘quintal alheio’, e ficávamos até orgulhosos por achar que estávamos imunes a estas ações grotescas, como o bullyng, por exemplo. Por força do histórico americano, jamais poderíamos pensar que ele estava tão próximo, em alguns casos
podendo até estar no nosso ‘seio familiar’.
Este assunto atualmente não pode mais deixar de ser discutido não só pela educação, mas principalmente pela sociedade, embora dentro das escolas exista a possibilidade dele estar mais freqüente, não podemos desconsiderar que o bullyng já ultrapassou os limites da comunidade escolar.
Nas atividades profissionais do cotidiano, principalmente nas funções mais simples desempenhadas pelo ser humano, este tipo de violência também está presente.
Por estar em maior quantidade entre as camadas menos favorecidas e no trabalho braçal, ou mesmo onde exerce outras funções, o negro, além de ser a maior vítima nestas áreas, é também nas escolas, principalmente.
De uma maneira geral, o que queremos mostrar é que a campanha contra o bullyng tem que ultrapassar os ‘muros escolares’, com uma nova ‘cara’, possivelmente com ações afirmativas, direcionadas não só aos negros, mas também às mulheres, homossexuais, idosos e deficientes.
É obvio que as nossas crianças não nascem com preconceito ou com algum instinto ruim, porém, com o passar do tempo ela absorve da sociedade e do meio em que vivem.
A educação é de grande interesse nesta empreitada de conscientização contra a intolerância e preconceito, sem dúvida, mas não podemos esquecer que a responsabilidade é de todos.
Seria oportuno, dado a evidência midiática do tema, que o estado e prefeituras fomentasse uma campanha com nos municípios também com comunidade escolar, trazendo os pais ou responsáveis, pois com certeza, o reflexo desta ação teria um forte apelo social. O mínimo que for alcançado, obviamente fará uma grande diferença, além da oportunidade de sair daquela máxima que diz que é um costume brasileiro, tomar iniciativas e buscar soluções, ‘somente depois da casa arrombada’.