domingo, 9 de setembro de 2012

Serra tem participação deprimente em debate


Renato Rovai:

O debate realizado na noite de ontem pela RedeTV e pelo jornal Folha de S.Paulo teve uma audiência pífia, marcou apenas 3 pontos no Ibope. A emissora ficou apenas em quarto lugar, com menos de um terço da audiência do terceiro lugar, o SBT (10 pontos). Ou seja, poucas pessoas o assistiram e dificilmente ele vai impactar nos futuros resultados das pesquisas eleitorais.
Por Renato Rovai*
Porém, do ponto de vista psicológico eleitoral, ele teve um grande significado. O candidato do PSDB, José Serra, se comportou e foi tratado como um “nanicão”. O que é o “nanicão”.
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 O “nanicão” é um candidato um pouco maior que o candidato nanico. Quais são os candidatos nanicos? Levy Fidélix e Eymael são dois exemplos. Sempre disputam todas as eleições e sabem que suas chances são inexistentes. Porém, cumprem um papel de coadjuvantes no processo eleitoral e mantêm a legenda partidária, que lhes garantem tempo de TV para acordos políticos em diversas cidades brasileiras.
No caso de Serra, seu papel não é esse e por isso ele não pode ser chamado só de nanico. Entretanto, durante o debate ficou claro que seus principais concorrentes não o tratavam como o principal adversário. Por exemplo, no bloco de perguntas entre candidatos, vários preferiram perguntar a outros do que a Serra. Em outros tempos ele seria o primeiro escolhido para o enfrentamento. Seria o alvo preferencial de todos. Não foi isso que aconteceu ontem.
Russomano e Haddad não o trataram como o adversário a ser batido. Além disso, nos únicos confrontos que teve, com Chalita e Giannazi, o tucano saiu derrotado.
No embate com o candidato do PMDB, Serra tentou insinuar que o peemedebista era mentiroso. Quando Chalita teve direito à palavra lançou logo um Paulo Preto e um Aref na testa do tucano, deixando-o completamente grogue. Gianazzi também não perdeu a oportunidade de mandar o Privataria Tucana no pescoço de Serra.
Quanto aos outros candidatos, a situação deve permanecer inalterada.
Russomanno cometeu algumas gafes que podem ser utilizadas na internet e em outros momentos da campanha. Por exemplo, o candidato do PRB afirmou que seu partido “aceita até candidatos homossexuais”, veja bem, “ATÉ”. Ato falho que permite um grande debate sobre o posicionamento de Russomanno nessa seara da orientação sexual.
O candidato do PRB também afirmou que a Igreja Universal não é a dona do PRB. Quando até as quase inexistentes esquinas de Brasília sabem que isso é mentira. Hoje a Universal controla o PRB da mesma forma que controla a Rede Record e o jornal Folha Universal. Ou seja, faz de conta que é algo mais amplo, mas tudo precisa passar pelo crivo da igreja.
Enfim, o debate de ontem não muda a situação eleitoral na cidade de São Paulo, mas pode ter sido a pá de cal que faltava para enterrar as pretensões de Serra chegar ao segundo turno.
A constatação óbvia do debate de ontem é que o tucano está sem pegada, sem discurso e sem condições de se reabilitar.
*Renato Rovai é editor da Revista Fórum e blogueiro.

Mídia e Elições 2012


Mídia e Elições 2012

Programa discute as campanhas de candidatos a vereador
Observatório da Imprensa da próxima terça-feira vai debater o papel da mídia na conscientização do eleitor sobre a importância do voto e, principalmente, no acompanhamento do trabalho dos parlamentares eleitos.
Devido ao descrédito na classe política, há um crescente desinteresse pelo tema, o que é muito prejudicial para o país.
Cabe à imprensa mostrar que é possível melhorar esse quadro se houver uma maior participação da sociedade. Cabe também aos nossos meios de comunicação fazerem a sua parte, investigando, fiscalizando e buscando fugir da cobertura burocrática do jogo político.
O Jornal da Tarde, do Grupo Estado, por exemplo, decidiu ver de perto como funciona o processo eleitoral por dentro dos partidos. Para isso, um de seus repórteres se candidatou a vereador e vem contando os bastidores da campanha através de um blog.
Alberto Dines recebe, no Rio de Janeiro, o cientista político César Romero Jacob. E, em São Paulo, Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado e Sonia Barboza, diretora da ONG Voto Consciente.
Apresentação: Alberto Dines