Os professores de Cabo Frio não terão muitos
motivos para comemorar o Dia dos professores, neste sábado, 15. A categoria
continua tendo problemas para conseguir receber o salário em dia, isso sem
falar na última parcela do decimo terceiro e demais benefícios como vale-transporte,
que se quer há previsão para serem quitados.
Desde
o ano passado, a categoria vem realizando paralisações, com o intuito de cobrar
melhorias nas condições de trabalho, mas desde o início do ano, o caso ficou
ainda mais grave, já que além de todas as demandas não conquistadas, conseguir
receber o salário é uma grande batalha.
E
tudo indica, que neste dia dos professores, a conta dos servidores continuará
zerada, já que o prefeito Alair Corrêa, nesta semana, novamente reforçou a
crise que a cidade vive e que não tem verba para fazer o pagamento dos servidores
da cidade, neste momento, desanimando ainda mais os trabalhadores.
“Estou
sem chão, pois o prefeito só sabe anunciar que não tem dinheiro para fazer o
pagamento dos nossos salários. Se não tem como pagar, quem pagará? E ainda tem as duas parcelas do décimo de
2015 e as férias de 2016”, comentou uma das professoras da cidade.
Nas
redes sociais, é possível encontrar palavras de apoio da população para a categoria
e professores relatando que é o “pior dia dos professores da vida deles” ou “que
o presente do Alair Corrêa foi deixar os trabalhadores com contas ainda mais atrasadas”.
Não são
só os professores que estão sem salários – Os funcionários da Assistência Social
de Cabo Frio também decidiram paralisar os serviços. De acordo com a categoria,
os funcionários comissionados e contratados, estão três meses sem salário, isso
sem falar nas parcelas atrasadas do décimo terceiro salário.
Com a paralisação,
estão sem funcionar as 15 unidades da secretaria, que atendem a pessoas em
estado de vulnerabilidade social da cidade com serviços de auxílio-funeral,
atendimento à adolescente em cumprimento de medida socioeducativa e de famílias
com direitos violados. O atendimento ao Programa Bolsa Família e atualizações e
novas inscrições do Cadastro Único (CadÚnico) também estão suspensos
temporariamente.
Segundo os
funcionários, caso as reclamações não sejam atendidas, a secretaria vai aderir
à greve geral que já inclui servidores da Saúde, da Educação e da Fiscalização
de Posturas.
Em meio
a tantos débitos, prefeito resolve anunciar mais cortes - Na reta final do seu mandato, o prefeito
Alair Corrêa, resolveu anunciar mais cortes no quatro de funcionários da
prefeitura. De acordo com ele, o objetivo é “enxugar a máquina pública, de
forma a diminuir a tensão até o fim do ano”.
Com a decisão, as
secretarias, como Cultura, Esporte, entre outras, consideradas pelo prefeito
importantes, mas não fundamentais para o atendimento à população, passarão a
funcionar somente com servidores de carreira. O que significa que os
contratados e comissionados destas pastas serão cortados.
Apenas as pastas de
Educação, Saúde, Limpeza Urbana e Assistência Social não sofrerão alterações,
mas vale lembrar que essas são as que mais estão sofrendo claramente com o
atraso nos salários.
Ainda segundo o chefe
do executivo, foi realizada uma reunião com o secretariado para informar sobre
os cortes e sobre a precária situação em que está o município. “Convoquei a
todos para uma reunião emergencial, por conta da cidade estar cheia e também
para preparar nosso secretariado para esta reta final, que vai ser bem difícil.
O povo não tem noção do que a crise tem causado ao nosso município. Todos os
repasses caíram. Arrecadamos hoje R$ 35 milhões a menos. O ICMS cai para R$ 6
milhões, o Fundeb de R$ 12 milhões foi para R$ 7,5 mi. Nas receitas internas a
arrecadação é mínima, porque o povo não está pagando. As pessoas tem dinheiro
só para comprar remédio e comida, então, os impostos são os últimos a serem
pagos. Tudo vai continuar muito ruim e não vai ser o próximo prefeito que vai
dar jeito na situação, porque Cabo Frio não precisa de mágica, mas sim de um
milagre. E garanto, não há economista, contabilista ou qualquer outro que possa
resolver essa situação em poucos meses. Essa crise vai durar anos”, finalizou o
prefeito.
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